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DÚVIDAS SOBRE VALVAS CARDÍACAS

Doenças cardíacas que afetam o funcionamento das válvulas do coração, fazendo com que elas se abram pouco (estenoses) ou se fechem inadequadamente (insuficiências). As doenças valvares podem ser congênitas, mas no Brasil há alta incidência de problemas nas válvulas do coração em consequência de doenças reumáticas, infecciosas ou pelo simples envelhecimento. As valvopatias podem ser tratadas com diferentes técnicas, que vão desde a abertura da válvula com balão (valvoplastias) até o implante de válvulas cardíacas artificiais por cateterismo.

Insuficiência mitral

O que é insuficiência mitral?

A insuficiência mitral ocorre quando a valva mitral não se fecha totalmente, permitindo que o sangue reflua para o átrio esquerdo. As causas mais comuns são a degeneração mixomatosa das válvulas, ruptura de cordoalha (que sustenta a valva), doença reumática, infecção da valva, isquemia devido a doença coronária e cardiomiopatia. Insuficiência mitral significativa ocorre em cerca de 2% da população, com prevalência similar em homens e mulheres. A doença mixomatosa é a causa mais comum.

Quais os sintomas da insuficiência mitral?

Como a maioria das doenças valvares do coração, os sintomas mais freqüentes são fadiga, redução da capacidade de exercício e falta de ar progressiva, dependendo da severidade da insuficiência valvar. As insuficiências seves e moderadas normalmente são assintomáticas. As insuficiências graves tendem a ser assintomáticas durante um período e, à medida que o coração perde a capacidade de compensar o refluxo, os sintomas aparecem. Alem da falta de ar, pode também haver palpitações, devido ao aparecimento de fibrilação atrial. A FA surge como conseqüência da sobrecarga do átrio esquerdo; o que leva a aumento desta câmara, favorecendo o surgimento desta arritmia.

Como é feito o diagnóstico da IM?

A ausculta cardíaca revela um sopro de intensidade variável, dependente da severidade da insuficiência. O ecocardiograma é o melhor método para avaliar a valva e a severidade da insuficiência. Em pessoas jovens, o ecocardiograma normalmente é suficiente para orientar a decisão terapêutica. Em casos de dúvida, ou em paciente mais velhos, o cateterismo cardíaco está indicado para confirmar a presença de insuficiência mitral e também para verificar se existe doença coronariana associada.
Sou portador de insuficiência mitral. Posso fazer exercícios?
O portador de insuficiência mitral, independente da sua severidade, pode praticar atividade física livremente desde que não tenha evidencias de disfunção ventricular esquerda, aumento de camaras, presença de hipertensão pulmonar ou fibrilação atrial. Na presença de qualquer um destes sinais, mesmo no paciente assintomático, a atividade física está contra-indicada.

Como se trata a insuficiência mitral?

Insuficiência leve e moderada normalmente requer apenas seguimento com ecocardiograma, que pode ser anual. Nos casos de insuficiência severa, o acompanhamento requer visitas semestrais se o paciente encontra-se assintomático; e o paciente é orientado para procurar o cardiologista se tornar-se simtomático.

O tratamento medicamentoso só deve ser instituído se o paciente apresenta sintomas. Os tipos de drogas utilizadas dependem da etiologia da IM, especialmente se a causa é isquêmica ou por dilatação do coração.

A cirurgia de reparo ou substituição da valva está indicada no paciente sintomático portador de IM severa. O reparo é sempre preferível e deve ser sempre considerado. A cirurgia está também indicada no paciente assintomático que apresenta aumento das camaras do coração ou redução da contratilidade do miocárdio.

Existe alguma forma de reparar a valva mitral insuficiente sem cirurgia?

Sim, existe, para casos selecionados. Através de cateterismo, coloca-se um pequeno clip metálico unindo os dois folhetos da valva mitral e reduzindo significativamente o grau de insuficiência. Este tratamento ainda não está aprovado no Brasil, mas já está sendo utilizado na Europa e nos Estados Unidos.


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O que é Estenose Aórtica?

Estenose Aórtica (EA) é uma redução da abertura da valva Aórtica, o que provoca um aumento da resistência à passagem do fluxo sanguíneo do ventrículo esquerdo para a Aorta. O tipo mais comum nos países desenvolvidos é a EA Degenerativa, que ocorre na velhice, decorrente do desgaste da valva com acúmulo de cálcio, dificultando a sua abertura. A EA pode também ser provocada por Moléstia Reumática e, nesse caso, freqüentemente se manifesta associada a doença na valva mitral. Nos mais jovens, a causa mais freqüente é a congênita. Neste grupo também vamos ter a Valva Aórtica bicúspide ou uma valva que apresenta uma forma anormal de funil. Com o passar dos anos, estas valvas defeituosas tendem a se tornar mais estreitas e rígidas devido ao acúmulo de cálcio.

Quais são os sintomas da EA?

A EA Degenerativa (mais comum) apresenta um longo período assintomático, e os sintomas normalmente começam a aparecer depois dos 70 anos de idade. Os sintomas mais comuns são fadiga com falta de ar aos esforços progressivamente menores. Pode estar associada a angina do peito e, muitas vezes, a episódios de desmaios aos esforços.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é feito através da ausculta do coração, onde encontraremos um sopro típico de estenose aórtica. O ecocardiograma vai confirmar a presença de EA, graduar a sua severidade, e fornecer detalhes importantes da anatomia valvar e outras câmaras cardíacas. O cateterismo cardíaco é necessário não só para confirmar os achados de ecocardiograma, mas também para verificar se há obstruções nas artérias coronárias, o que freqüentemente está associado à EA.

Sou portador de Estenose Aórtica. O que devo fazer?

No paciente sintomático com diagnóstico de EA grave, o tratamento é cirúrgico para substituição da valva por uma prótese. Apesar de a idade avançada não ser uma contra-indicação, a associação de outras doenças aliada à fragilidade do paciente mais idoso pode aumentar o risco da intervenção cirúrgica. Até bem pouco tempo, o paciente que apresentava alto risco ou mesmo contra-indicação para a cirurgia de substituição da valva aórtica, tinha como única alternativa a valvoplastia por cateter-balão. Este procedimento, embora tenha a capacidade de propiciar uma melhora significativa dos sintomas, apresenta um altíssimo grau de reestenose (re-estreitamento da valva), com incidência de 80% em um ano e 100% em dois anos. Para estes pacientes desenvolveu-se um sistema de implante de valva por intermédio de cateterismo, o que pode ser feito tanto por via femoral (na virilha) quanto por via transapical (com uma pequena incisão abaixo do mamilo esquerdo). Esta nova tecnologia permite o implante de uma prótese aórtica de forma bem menos agressiva, com riscos mais baixos e recuperação mais rápida. O Centro CONCEPT é o único centro certificado para esta técnica atualmente em Curitiba.


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Estenose Mitral

A Estenose Mitral (EM) é um estreitamento da valva mitral que aumenta a resistência ao fluxo de sangue do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo. É quase sempre resultado de Moléstia Reumática (MR), uma doença decorrente de infecções estreptocócicas da garganta, que provoca uma inflamação nas valvas cardíacas, levando à fusão dos seus folhetos. A MR afeta principalmente crianças e adultos jovens, e os seus reflexos, como a EM, podem se manifestar na adolescência e cedo na vida adulta, dependendo da freqüência e intensidade dos surtos. Mais raramente, a EM pode ser congênita, manifestando-se logo após o nascimento.

À medida que a valva se estreita, a pressão no átrio esquerdo aumenta, levando ao acúmulo de liquido nos pulmões, o que chamamos de congestão pulmonar. Assim, os sintomas se manifestam como fadiga e falta de ar progressiva. Inicialmente a falta de ar manifesta-se somente aos grandes esforços mas, à medida que a estenose progride, pode manifestar-se em repouso, impedindo mesmo que o paciente permaneça deitado. Em casos mais graves, a hipertensão arterial pulmonar pode levar à ruptura de pequenos vasos pulmonares, provocando tosse e escarro com estrias de sangue. Alem disto, o aumento do átrio esquerdo pode levar à uma arritmia cardíaca chamada fibrilação atrial, o que provoca a sensação de palpitações, devido aos batimentos irregulares do coração. O diagnóstico inicialmente é feito através da ausculta do coração, onde vamos encontrar um sopro cardíaco característico. O eletrocardiograma pode mostrar alterações sugestivas de sobrecarga do átrio esquerdo e o ecocardiograma vai confirmar a presença da estenose mitral e graduar a sua severidade. O cateterismo cardíaco só está indicado em situações especiais quando existe dúvida nos exames menos invasivos, ou quando há suspeita de doença coronariana associada.

O tratamento da EM consiste na administração de medicamentos para reduzir a freqüência cardíaca e a pressão no átrio esquerdo, reduzindo a congestão pulmonar. Quando os sintomas persistem mesmo com o uso de medicamentos, está indicada a intervenção sobre a valva, o que, em uma grande parcela dos casos, pode ser feita por intermédio de cateterismo – a chamada valvoplastia mitral por cateter-balão. Se o ecocardiograma mostrar que a valva mitral apresenta predominantemente fusão dos seus folhetos, ela poderá ser dilatada com um cateter-balão, evitando a cirurgia. Nos casos ideais, a freqüência de re-estreitamento (reestenose) da valva ocorre em cerca de 30% dos casos em 15 anos. Havendo reestenose, em casos selecionados , há possibilidade de uma segunda intervenção com cateter-balão. A troca da valva por uma prótese só está indicada em casos onde a valva mitral apresenta-se muito comprometida, freqüentemente apresentando vazamento (insuficiência) associado ao estreitamento (estenose).


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